Educação

Alunos vão escolher o que querem estudar no ensino médio de SP

Preocupado com a falência do ensino público estadual, secretário da Educação vê protagonismo do aluno como melhor caminho para trazer o discente para a escola.

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O secretário da Educação de São Paulo, Herman Voorwald, disse à reportagem do Estado de São Paulo que a aposta no protagonismo do aluno é a melhor saída para essa etapa, considerada o maior gargalo da educação brasileira.

Se eu quiser desenvolver a capacidade de escolha e de tomada de decisões nos jovens, tenho de permitir que ele opte. Este é o único caminho que tenho para que esse menino diga: ‘estou escolhendo as disciplinas que eu quero, que fazem parte do que eu quero seguir na minha vida’
Herman Voorwald

A iniciativa parece ir bem ao encontro do que acredita também o atual ministro da Educação, Renato Janine. Ou seja, embora desafiador, o modelo não é nenhuma jabuticaba e começa a tomar forma de uma tendência.

Embora não revele detalhes, o plano da secretaria é que a maior parte do que é estudado nos dois últimos anos da etapa final do ensino médio seja montada a partir dos interesses do estudante.

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Ainda sem um número definido de escolas que vão iniciar a nova grade, elas serão escolhidas por adesão ao projeto. Temendo que o modelo “trave” se for implantado em um grande número de escolas, a estratégia de adesão da secretaria tem por base o modelo de Escola de Tempo Integral, iniciado em 2011, que hoje envolve 257 escolas do fundamental ao médio.

Segundo a reportagem, as unidades de tempo integral possuem grade flexível, fundamentadas em um conceito de protagonismo juvenil, isto é, os jovens escolhem disciplinas optativas, como prática de ciência ou moda. E foram essas experiências que inspiraram o novo currículo.

O plano já existe desde 2011, quando Voorwald assumiu a secretaria no mandato anterior do governo Geraldo Alckmin (PSDB). Mas, segundo ele, “o terreno não era fértil na época, como agora”.

Se for concretizada, essa deve ser a maior mudança no ensino médio da maior rede estadual do País. Com quase dois milhões de alunos, ela responde por 42% do total de alunos do ensino médio do Brasil, segundo dados da sinopse Estatística da Educação Básica de 2014. As mais de 3,6 mil escolas estaduais paulistas com ensino médio equivalem ao número de Minas, Bahia e Rio juntos, na mesma etapa.

A reforma dessa etapa deve transformar sobretudo os 2.º e 3.º anos, quando as disciplinas serão oferecidas para opção do aluno. Será o estudante que montará sua grade. Apenas o 1º ano continuaria com o currículo fechado, em um “núcleo comum”, como é hoje em toda a educação básica.

Fonte: Estadão

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