CulturaLazer

2018 – Centenário de Jacob do Bandolim

Jacob do Bandolim (1918-1969) foi um músico e compositor brasileiro, um dos maiores expoentes da música instrumental brasileira. Foi chamado de “Mestre do Bandolim”.

Jacob Pick Bittencourt (1918-1969), conhecido como Jacob do Bandolim, nasceu no Rio de Janeiro, no dia 14 de fevereiro de 1918. Filho do capixaba Francisco Gomes Bittencourt e da polonesa Raquel Pick, com 12 anos ganhou um violino, mas não se adaptou ao arco do instrumento. Depois, ganhou um bandolim e sozinho aprendeu a tocar.

Junto com um grupo de amigos formou o “Conjunto Sereno”, e apresentou-se pela primeira vez na Rádio Guanabara, com o choro “Aguenta Calunga”, de autoria de Atílio Grany. Visto tocando violão em uma loja de instrumentos, foi convidado pelo fadista Antônio Rodrigues, um interprete de guitarra portuguesa, para fazer parte de seu conjunto. Fez várias apresentações e conheceu famosos artistas portuguesas.

Em 1934, de volta ao bandolim, se inscreveu no Programa dos Novos, na Rádio Guanabara, quando derrotou 28 concorrentes, recebendo nota máxima de um júri composto por Francisco Alves, Benedito Lacerda e Orestes Barbosa. Logo foi contratado pela rádio e passou a acompanhar diversos cantores, entre eles, Noel Rosa, Ataúlfo Alves, Carlos Galhardo e Lamartine Babo. Junto com Osmar Meneses e Valério Farias, nos violões, Carlos Gil, no cavaquinho, Manuel Gil, no pandeiro e Natalino Gil no ritmo, estava formado o grupo “Jacob e sua Gente”. Foi o início de sua carreira profissional. Passou a se apresentar em diversos programas de rádio, chegando a ganhar um programa só seu, na Rádio Mauá.

No dia 11 de maio de 1940, Jacob se casou com Adylia Freitas. O casal teve dois filhos: Sérgio Freitas Bittencourt, que se tornaria importante compositor e jornalista, e durante vários anos foi jurado do programa Flávio Cavalcanti, e de Elena Freitas Bittencourt, que se formou em odontologia e mais tarde se tornou presidente do Instituto Jacob do Bandolim.

Para melhorar a renda da família, Jacob ouviu os conselhos do experiente músico Donga, e prestou concurso público, sendo nomeado Escrevente da Justiça do Rio de Janeiro. Desde então, passou a dividir seu tempo entre o Tribunal e as atividades musicais, tocando nas rádios e acompanhando cantores. Em 1941, foi convidado por Ataúlfo Alves para participar das gravações “Leva Meu Samba”, de Ataúlfo e “Saudade da Amélia” de Ataúlfo e Mário Lago.

Em 1947, lançou seu primeiro disco como solista, pela gravadora Continental, com um choro de sua autoria “Treme-Treme” e a valsa “Glória”, que fez grande sucesso. Em 1949 foi contratado pela RCA Victor, onde permaneceu até o fim de sua carreira. Foram cinquenta e dois discos gravados. Considerado um dos mais importantes solistas da música popular, é autor de chorinhos clássicos, entre eles, “Remelexo”, “Bole Bole”, “Doce de Coco” e “Treme-Treme”.

Além de instrumentista e compositor, tornou-se um pesquisador da música brasileira e especialmente do choro. Deixou milhares de peças, entre discos, partituras, fotos e matérias jornalísticas, que foram incorporadas ao acervo do Museu da Imagem e do Som.

Jacob do Bandolim faleceu no Rio de Janeiro, no dia 13 de agosto de 1969.

O Instituto Jacob do Bandolim é fruto da confluência dos sonhos de vários batalhadores da música instrumental brasileira que teve em Jacob Pick Bittencourt um dos seus maiores expoentes. Além de instrumentista e compositor genial tornou-se paralelamente um pesquisador emérito da música brasileira e do choro em particular. Legitimou o gênero através de um permanente trabalho de divulgação do repertório, que coletou com extrema dedicação ao longo de sua breve vida.

 

Jacob era um servidor em tempo integral da nossa música, um operário em seu instrumento, que a todos atendia com prestimosidade, plantando as sementes que hoje brotam graças, em grande parte, ao trabalho que realizou silenciosamente, sem alardes. Inspirados nesse exemplo, nós do Instituto Jacob do Bandolim temos um compromisso com a continuidade e ampliação deste trabalho. Nossos objetivos primeiros são a preservação e criação de dispositivos para disponibilizar ao público todo o acervo de Jacob do Bandolim. 

São também objetivos do IJB ações continuadas de educação, preservação, divulgação e produção de música instrumental brasileira, notadamente o choro, gênero ao qual Jacob do Bandolim se dedicou por toda a vida.

Conheça mais da vida e obra do maior bandolinista do Brasil no site http://www.jacobdobandolim.com.br/jacob-do-bandolim.html

 

Fonte: Dilva Frazão/.jacobdobandolim.

Artigos relacionados

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo