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“Onde estão as pessoas negras com deficiência no Brasil?”, questiona o educador Jota Marques

Educador popular, comunicador e ex-Conselheiro Tutelar de Jacarepaguá, Jotta Marques, participou nesta semana do podcast ‘PCDPOD’, apresentado por Benedita Casé e Pedro Henrique França. Durante o episódio, Marques destacou a importância de se falar sobre as pessoas negras com deficiência no Brasil e no mundo. “É crucial reconhecer uma realidade dolorosa: As pessoas negras com deficiência são negligenciadas“, publicou o educador ao compartilhar um vídeo de sua participação no ‘PCDPOD’. “Elas são vítimas das estruturas capacitistas e racistas que permeiam nossa sociedade, economia, sistema educacional, política e, por óbvio, os nossos relacionamentos e famílias“.

Historicamente, a luta por direitos e reconhecimento das pessoas negras tem sido uma batalha contínua. No entanto, as vozes e as experiências das pessoas negras com deficiência frequentemente ficam à margem até mesmo dentro dos movimentos de direitos civis. Membro fundador do movimento ‘Vidas Negras Com Deficiência Importam (VNDI)’, Jotta Marques contou como surgiu o desejo de criar uma organização com o objetivo de buscar por uma sociedade antirracista e anticapacitista.

“O VNDI parte de uma discussão da Luciana Viegas, que é nossa diretora, fundadora, que é a pergunta clássica: ‘Onde estão as pessoas negras com deficiência?’”, explicou o educador. “Mais do que encontrar essas pessoas, como que a gente pensa as nossas vidas pra dizer pras essas pessoas que elas importam. Mas como que eu vou dizer que nós somos importantes se antes disso a gente precisa provar que a gente existe? Você está dentro dos espaços de educação, dentro dos espaços de trabalho, dentro dos espaços de família, mas você é invisibilizado de tal forma, que ao longo do tempo passa a ser desumanizado. Sendo desumanizado é a morte em vida, né? Você é desumanizado de tal forma que você não é visto, você não é lembrado, você não é reconhecido, você não tem nome.

A invisibilização também se manifesta em aspectos estruturais, como acesso limitado a serviços de saúde de qualidade, educação inclusiva e oportunidades de emprego. As barreiras físicas e sociais muitas vezes impedem que pessoas negras com deficiência participem plenamente da vida cotidiana. Como pontuado por Jotta Marques, o movimento VNDI surge para mostrar ao mundo a existência de corpos negros com deficiência. “O VNDI é mais do que qualquer coisa, mais do que um movimento social que promove datas, que constrói relatórios, que está na ONU, é mais do que isso, é para dizer pra todo mundo que a gente existe. E aí, o que que vocês fazem com isso agora? É uma provocação“, pontuou o educador.

FONTE:mundonegro.

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