Bodyboard
O bodyboarding é um dos esportes que mais crescem no mundo em número de adeptos. Pudera! Descer as ondas do mar deitado, de joelhos ou até mesmo em pé, é uma emoção indescritível.
Além disso, não são apenas os atletas e os mais sarados, em pleno vigor da juventude, que praticam o bodyboarding. Uma das grandes vantagens desse esporte é que ele não precisa de “ondas perfeitas” como o surfe – além dos tombos também não serem tão radicais. Ou seja, até mesmo crianças podem praticar.
Imagem cedida pela ABBCTour
Crédito: Flávio Brito
Em função de aspectos como os citados acima, o bodyboarding tornou-se rapidamente o esportepreferido das mulheres que, até então, ficavam sentadas na areia e estavam restritas a observar seus namorados surfando no mar. Outro fator importante para a adesão das mulheres foi o tamanho das pranchas, bem menores e mais leves que as pranchas de surfe. E, vale lembrar que atrás de mulheres vem os homens e vice-versa – então, dá para imaginar como o esporte “pegou” nas praias do mundo todo.
Imagem cedida pela ABBCTour
Crédito: Flávio Brito
Mas, esporte também é sinônimo de adrenalina e pegar “jacaré” de prancha tornou-se um pouco sem graça para grande parte dos praticantes. Surgiram então as manobras como o 360º , o back-flip, o rollo, entre outras. E, quanto maior a onda, maior o número de manobras que podem ser realizadas.
Bodyboard ou bodyboardingBodyboard é a prancha e bodyboarding é o ato de surfar de prancha de bodyboard. |
Junto com a manobras vieram as competições – que não ficam nem um pouco atrás dos grandes campeonatos de surfe. As grandes finais dos torneios mundiais de bodyboarding são realizadas em Pipeline, no Havaí. Como não poderia deixar de ser, com as competições vieram também os atletas e a profissionalização do esporte.
E já que estamos falando em atletas de bodyboarding, com um litoral como o nosso, não poderíamos esperar outra coisa senão o fato de termos grandes bodyboarders, como Guilherme Tâmega, hexacampeão mundial, Mariana Nogueira, entre outros.
Neste artigo você ficará por dentro da história do bodyboarding, suas regras, competições, equipamentos e manobras. Vamos te deixar informado e pronto para “dropar” as melhores ondas nesse verão.
História
O bodyboarding tem seus primeiros registros no Havaí, onde era conhecido como paipo-board. O paipo nada mais era do que uma pranchinha de madeira que proporcionava pegar belas ondas, isso por volta do século 15. Porém, o interessante é que os reis do Havaí não queriam ser “iguais” ao resto da população e criaram algo parecido com troncos de madeira para que eles, e apenas eles (os reis) pudessem surfar em pé. Os demais havaianos deveriam continuar surfando deitados em seus reles paipos. Em 1971, porém, o engenheiro e surfista americano, Tom Morey, escreveu o primeiro grande capítulo da história do esporte. Morey aperfeiçoou o paipo dos nativos havaianos e criou a primeira prancha de polietileno, batizando-a de morey boogie. Ao voltar para os Estados Unidos, Morey passou a fabricar suas pranchas no fundo do quintal da sua casa. O sucesso foi tanto que em pouco tempo uma multinacional americana comprou os direitos de produção e passou a fabricá-la em grande escala.A influência de Tom Morey foi tão grande que durante toda aquela década o esporte ficou conhecido como morey boogie e até hoje muita gente ainda o chama assim.
O auge da morey boogie foi a sua versão Match 7.7. A prancha marcou uma geração e hoje faz parte das boas lembranças dos anos 80… |
A International Bodyboarding Association (IBA), entidade mundial que regulamente o esporte, considera o ano de 1971 como sendo o “nascimento” do bodyboaring. Porém, a primeira grande competição mundial organizada pela IBA aconteceu em 1990, em Banzai Pipeline, no Havaí. O vencedor foi John Patterson que ganhou 5 mil dólares de premiação. A partir de então a IBA passou a organizar vários circuitos mundiais com premiações elevadíssimas em praias do mundo todo.No Brasil, a entidade que regulamentea o esporte é a CBRASB (Confederação Brasileira de Bodyboarding), porém, toda a divulgação dos torneios nacionais e circuitos mundiais organizados pela IBA é feita através do site da ABBCTour (Associação de BodyBoarding de Copacabana).Apesar do esporte ser praticado no Brasil desde 1978, apenas dez anos depois é que foi realizado o primeiro circuito, com três etapas. Um dos grandes propagadores do esporte no Brasil foi Marcus Kung, que atualmente escreve artigos e colunas especializadas.Equipamentos
O equipamento mais importante do bodyboarding é, sem dúvida, a prancha. Os tamanhos das pranchas variam, mas o ideal é que você compre uma prancha que, em pé, chegue ao seu umbigo. As pranchas com bordas chatas são melhores para águas mais calmas. As usadas em competições oficiais possuem entre 39 e 43 polegadas, em torno de 99 a 109 centímetros.Uma das grandes vantagens do bodyboarding em relação ao surfe é justamente a prancha. No surfe a prancha possibilita apenas a sensação da água passando sob os pés e o deslizar sobre as ondas. Já a prancha de bodyboarding permite que o praticante sinta realmente a onda.Além da prancha é comum o uso dos pés-de-pato (nadadeiras) que ajudam o praticante a “entrar” na onda. Assim como no surfe, o leash prende o atleta à prancha e é indispensável. Outro equipamento importante é a capa para a prancha que protege-a contra o sol, arranhões, batidas, etc.
Imagem cedida pela ABBCTour
Crédito: Flávio Brito
E já que estamos falando em proteção, veja abaixo algumas dicas de como conservar o seu equipamento de bodyboarding:
– não use sua prancha para praticar sandboarding – o atrito com a areia pode causar um belo estrago na sua prancha;
– assim que sair do mar, dê um banho de água doce na sua prancha e nos pés-de-pato e deixe-os secando ao ar livre;
– muito calor não faz bem ao seu equipamento, então evite deixar a sua prancha exposta ao sol ou guardada dentro do carro por um longo período;
– tome muito cuidado para não raspar as bordas da sua prancha, pois além de piorar o seu desempenho, as bordas deterioradas também podem servir como depósito de água;
– não guarde a prancha onde o seu cachorro tenha acesso – por serem flexíveis as pranchas são “brinquedos” bem divertidos para os cachorros mastigarem.
Regras e competições de bodyboarding
Uma competição de bodyboarding só tem início se as ondas tiverem, no mínimo, meio metro de altura. Os atletas são divididos em baterias, sendo que os melhores colocados no ranking já entram no campeonato em baterias mais avançadas – são os famosos cabeças-de-chave. Em cada bateria podem participar 2 ou 4 competidores. Sempre avança para a próxima bateria a metade dos atletas da bateria anterior.
As baterias das categorias amadoras duram 15 minutos enquanto que as baterias das categorias profissionais duram 20 minutos. Os atletas podem surfar até 10 ou 15 ondas, porém, só são computados os resultados das melhores ondas (esse número varia de acordo com o regulamento específico do torneio).
Na areia da praia, normalmente sobre um palco, estão os juizes. Baseados em determinados critérios, eles decidem quem passa ou não para a próxima bateria. Entre os itens observados estão: estilo, fluidez, escolha da onda, qualidade da manobra, segurança, velocidade entre outros.
Assim como no futebol, os juízes utlizam cartões para avisar os competidores sobre alguma infração: cartão amarelo é um alerta e o vermelho é desclassificação. É comum também o uso de bandeirinhas ou placas para orientar os competidores sobre o tempo da bateria. Bandeira verde significa início da bateria; a amarela mostra que faltam apenas 5 minutos para o final da bateria; bandeira vermelha indica o final da bateria.
Dropar – descer a onda Pico – pode ser o local na praia onde se surfa como também serve para indicar o local onde a onda se forma. Ex: o bodyboarder que está mais próximo do pico da onda tem prioridade sobre ela. Fluidez – ato de realizar as manobras com rapidez e leveza Interferência – punição dada a um bodyboarder que atrapalha a onda em que está outro bodyboarder Point break – local onde as ondas quebram |
O atleta profissional pode competir apenas nas categorias Profissional, Open e Master. Para tornar-se “profissional” o atleta deve encaminhar um pedido para a Confederação Brasileira solicitando a alteração de seu registro. Veja abaixo quais são as categorias aceitas pela Confederação Brasileira de Bodyboarding:
Profissional masculino e feminino
Não há restrição de idade.
Open masculino e feminino
Não há restrição de idade; aberta a qualquer competidor, devidamente inscrito na competição.
Super Master masculino e feminino
A partir de 30 anos
Master masculino e feminino
A partir de 28 anos
Junior masculino e feminino
Atletas que completam 18 anos no ano do campeonato
Mirim masculino e feminino
Atletas que completam 16 anos no ano do campeonato
Iniciante masculino e feminino
Atletas que completam 14 anos no ano do campeonato
Grommets masculino e feminino
Atletas que completam 12 anos no ano do campeonato
Petit masculino e feminino
Atletas que completam 10 anos no ano do campeonato
Estreante masculino e feminino
Categoria exclusiva para quem nunca competiu. Não possui restrição de idade.
Principais manobras:
360º – o atleta dá um giro de 360º sobre o eixo da prancha em direção à parede da onda.
Imagem cedida pela ABBCTour
Crédito: Flávio Brito
360º invertido – o atleta dá um giro de 360º, porém, na direção contrária à parede da onda.
Aéreo – o atleta “voa” e sai inteiro da onda com a prancha – para executar essa manobra é necessário estar em alta velocidade em uma onda que tenha uma espécie de “rampa”.
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ARS (Aerial Rollo Spin) – além de dar um giro no ar, o atleta também dá um 360º.
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Back-flip – depois de saltar, o atleta volta de costas para a onda e dá um 180º – manobra considerada bastante difícil.
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Bate-invert – batida com um 360º invertido.
Bottom turn – consiste em alinhar a prancha na onda para dar início à manobra.
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Cut back – curva efetuada pelo bodyboarder para retonar à parte mais difícil da onda – quanto mais água for levantada para fora da onda, mais bem feita é a manobra.
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Drop – é a descida da onda.
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Crédito: Flávio Brito
Floater – ato de flutuar sobre a espuma da onda.
Off the lip – o atleta bate na crista da onda e volta para a base.
Rollo – o atleta rola sobre a onda.
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Crédito: Flávio Brito
Tubo – o atleta deve se posicionar entre o lip, crista da onda, e a parede – uma das manobras mais cobiçadas pelos bodyboarders.
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Crédito: Flávio Brito