LGBT Cult
O que significa LGBTQ+ para os negócios? Saiba como abraçar essa causa
Apoie a pauta LGBTQ+ e aproveite para investir da melhor forma neste público que tem cada vez mais peso no consumo mundial
Poder do Consumo LGBTQ+
Você já ouviu falar em pink money, consumo rosa ou em empresas gay-friendly? Esses novos termos do universo LGBTQ+ talvez sejam uma grande novidade até mesmo para a Geração Y e Z.
Falar de empreendedorismo em tempos de diversidade em pauta, traz a tona a discussão de inclusão que é necessária para se tornar uma empresa que busca entender, ainda mais, os anseios, percepções e comportamentos de um público que cresce potencialmente.
O poder de consumo LGBTQ+, o chamado pink money, é resultado de um ciclo de vida diferente. “Sem filhos em sua maioria, os casais homossexuais têm sua renda revertida para cultura, lazer e turismo”, comenta Paul Thompson, fundador da LGBT Capital, companhia especializada em administração, consultoria financeira e empresarial orientada à comunidade de gays, lésbicas, bissexuais e transgêneros.
Pesquisas recentes apontam que o público homossexual gasta 30% a mais do que os heterossexuais. Só no Brasil eles movimentam estimados US$ 75 bilhões por ano. Segundo a LGBT Capital, o público gosta de viajar, adora uma festa, não abre mão de comer bem e de se vestir melhor ainda, e tem dinheiro para isso.
Oportunismo ou apoio?
“Nossa indústria está habituada demais a enxergar a diversidade como caridade em vez de uma necessidade de mercado.” Lincoln Stephens, CEO da ONG norte-americana Marcus Graham Project.
Uma coisa é fato: há um longo caminho a ser percorrido para alcançar a verdadeira diversidade sem precisar exigir posicionamento das empresas ou de ser uma empresa sem medo de se posicionar para não perder seu público.
Estes ainda são os primeiros passos jornada para produzir um trabalho verdadeiramente inclusivo. Atualmente, marcas estão apostando em uma postura gay-friendly, pois agora entendem que o mercado tradicional, mesmo que dominante, não abrange a todos.
Essas empresas entendem que assumir essa postura é também uma forma de fidelização do público LGBTQ+. Um exemplo dessa transformação é a Coca-Cola, que convidou a cantora Pabllo Vittar para ser a primeira drag queen a estrelar diretamente sua campanha.
O Dossiê Brandlad, lançado recentemente pelo Google, mostra que 54% dos millennials dariam preferência a marcas focadas na igualdade de direitos e diversidade. Daí chegamos a resposta: investir, apoiar e vender pensando no público LGBTQ+ não é uma estratégia a mais de marketing, mas uma real necessidade para todas as empresas que desejam atuar com mais pessoalidade e entregar valor junto ao seu produto ou solução.
Outro passo para representar apoio, é criar novos negócios com produtos e/ou soluções para este público, sem esquecer de incluir estes ideais nas nas empresas ainda mais conservadoras.
Ser uma empresa inclusiva
Não é suficiente mostrar a inclusão, é preciso ser uma empresa inclusiva. Uma dica é questionar se sua empresa realmente pratica internamente o que anuncia. É no dia a dia da empresa, que o abraço à diversidade tem maior relevância.
Um dos pontos mais importantes a dar visibilidade para a causa LGBTQ+ é conhecer e entender o público, seus sentimentos, suas forças, e ouvir sua voz. Nada melhor do que contar com colaboradores que causam a verdadeira mudança: de dentro para fora da empresa.
Caso sua empresa mostre esse posicionamento apenas em aparência, o público é capaz de perceber e todo seu apelo se voltará contra ela. Ao mesmo tempo, a comunidade é disposta a lutar ao lado das marcas que trazem visibilidade e em ajudar na reconstrução de novos conceitos e identidades.
O mais importante é ter um real cuidado com o público, sua causa, bem como com as formas de linguagem para levantar a bandeira de apoio. Elas são essenciais no processo de comunicação, tanto para as empresas, quanto para os referidos. A diversidade é um dos assuntos mais pautados atualmente, portanto, é necessário ter uma dedicação especial para vivenciá-la.
Você também pode aprender mais sobre a Responsabilidade Social através dos nossos materiais onlines e gratuitos:
“Então todas as marcas precisam levantar a bandeira e se tornar porta-vozes ativas de questões relacionadas à diversidade? Acredito que o essencial é que elas percebam o poder e a responsabilidade que têm para criar um novo retrato da sociedade, com visibilidade e reconhecimento para todas as pessoas.” Susana Ayarza, Diretora de Marketing do Google
Glossário
Para que você tenha mais entendimento sobre o assunto, confira este glossário que preparamos!
-
LGBTQ+: a sigla é dividida em duas partes. A primeira, LGB, diz respeito à orientação sexual do indivíduo. A segunda, TQI+, diz respeito ao gênero.
-
L: lésbica; é toda mulher que se identifica como mulher e têm preferências sexuais por outras mulheres.
-
G: gays; é todo homem que se identifica como homem e têm preferências sexuais por outros homens.
-
B: bissexuais; pessoas que têm preferências sexuais por dois ou mais gêneros.
-
T: transexuais, travestis e transgêneros; pessoas que não se identificam com os gêneros impostos pela sociedade, masculino ou feminino, atribuídos na hora do nascimento e que têm como base os órgãos sexuais.
-
Q: queer; pessoas que não se identificam com os padrões de heteronormatividade impostos pela sociedade e transitam entre os “gêneros”, sem também necessariamente concordar com tais rótulos.
-
I: intersexuais; antigamente chamadas de hemafroditas (termo em desuso), são pessoas que não conseguem ser definidas de maneira distinta em masculino ou feminino.
-
+: engloba todas as outras letrinhas de LGBTT2QQIAAP, como o “A” de assexualidade e o “P” de pansexualidade.
-
Pink Money: termo criado para ilustrar, figurativamente, o dinheiro gasto por pessoas pertencentes ao grupo LGBTQ+ na aquisição de produtos e serviços voltados a essa parcela da sociedade.
-
Geração Y (Millenials): os millennials representam uma faixa demográfica da população mundial. Alguns estudiosos diferem sobre as datas exatas, mas estima-se que essa geração representa os nascidos entre o período do início da década de 80 até 1994.
-
Geração Z: é a geração daqueles que nasceram entre 1995 e 2010, ou seja, após o surgimento da internet.
-
Levantar a bandeira: gíria para dizer que a pessoa faz parte, se orgulha e espalha uma ideologia, um tema, um grupo, uma classe, etc.
-
Consumo Rosa: consumo gerado pela comunidade LGBTQ+ através do Pink Money (dinheiro rosa em traduzido do inglês para o português).
-
Gay-friendly: em português amigável a gay, é um termo norte-americano que vem sendo utilizado no Brasil para se referir a lugares públicos ou privados que são abertos e receptivos a membros da comunidade LGBT.
Fonte:athosgls