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Oito invenções médicas baratas que podem salvar milhões

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Saco plástico é melhor que fórceps ou extrator a vácuo. [Imagem: Ministro da Ciência da Argentina]

Uma camisinha que impede que a mulher morra no parto e uma caixa mecânica que detecta parasitas da malária em questão de segundos são algumas das recentes inovações médicas que custam pouco, mas podem solucionar grandes problemas – e salvar muitas vidas.

Trinta dessas inovações foram compiladas pelo Innovation Countdown 2030 (IC2030), uma iniciativa para identificar tecnologias de alto impacto que têm potencial de transformar o mundo nos próximos 15 anos, com apoio da Fundação Bill & Melinda Gates e da Agência Americana de Desenvolvimento Internacional, entre outros grupos.

A iniciativa visa difundir essas inovações, mas a produção em grande escala e a liberação de patentes muitas vezes emperram essa popularização.

Conheça oito produtos que são capazes de revolucionar a saúde global e prevenir milhões de mortes:

1 – Embalagem de nylon auxilia partos complexos

Desenvolvido originalmente pelo mecânico de carros argentino Jorge Odón, este aparelho de baixo custo é usado para ajudar nas etapas finais de partos em circunstâncias difíceis, período em que complicações podem levar à hemorragia da mãe e a traumas no recém-nascido.

Odón Device (aparelho de Odón) – uma embalagem de polietileno que é envolta e inflada ao redor da cabeça do bebê – é mais segura e simples de usar do que um fórceps ou um extrator a vácuo, fazendo dele uma boa alternativa para agentes de saúde menos treinados. Como ele vem dobrado em pequenos sachês, também é facilmente transportado a áreas remotas.

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Esterilizar a água para beber é crucial em muitas partes do mundo. [Imagem: Zimba]

2 – Caixa torna água segura para beber

O clorador Zimba é uma resposta à crise da água em países em desenvolvimento e está sendo testado em residências na Índia, em Bangladesh e no Nepal.

A grande caixa azul tem um compartimento previamente carregado como uma solução de hipoclorito de sódio – o mesmo composto ativo da água sanitária.

Quando o aparelho é conectado a uma fonte de água, a pressão do líquido desencadeia a liberação da quantidade adequada de cloro para desinfetar a água.

Especialistas calculam que a solução simples pode salvar a vida de até 1,5 milhão de crianças até 2030.

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Camisinha inflável para salvar a vida das mulheres da hora do parto. [Imagem: MGH]

3 – Camisinha e cateter salvam vidas de mulheres

Uma camisinha conectada a um cateter forma uma solução barata encontrada pelo Hospital Geral de Massachusetts (EUA) para reduzir o enorme número de mulheres que morrem ao dar à luz: uma a cada dois minutos no mundo, segundo a ONG Saving Lives at Birth.

O kit, que conta com materiais acessíveis, tem o objetivo de conter graves hemorragias no pós-parto e já está sendo usado no Quênia e em Serra Leoa.

A camisinha é inserida no útero e inflada com água filtrada através do cateter, criando pressão para interromper o sangramento.

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Respiradouro para salvar a vida de bebês em regiões carentes. [Imagem: Laerdal]

4 – Respirador vertical para recém-nascidos em perigo

Um a cada dez recém-nascidos tem problemas respiratórios imediatamente após nascer. Um ressuscitador neonatal reutilizável e fácil de montar foi criado para prevenir mortes em locais carentes, onde muitas vezes não há equipamentos adequados para ajudar os bebês a respirar.

O aparelho consiste em um bulbo que, ao ser pressionado pelo agente de saúde, infla os pulmões do bebê inconsciente. O design vertical é uma novidade, cujo objetivo é melhorar a adequação do produto e permitir que o máximo de ar seja aproveitado.

5- Anticoncepcionais injetáveis em dose única

Contraceptivos injetáveis já são um dos métodos mais populares de prevenção da gravidez em países em desenvolvimento, mas a técnica até o momento não é amplamente disponibilizada à população fora de hospitais.

Agora, um anticoncepcional de dose única que vem embalado com uma agulha – para ser aplicado sob a pele – está sendo distribuído em Burkina Faso, Níger, Senegal e Uganda.

Uma dose garante três meses de proteção, e especialistas afirmam que ela pode ser aplicada com treinamento mínimo. Ou seja, o produto pode até ser aplicado pelas próprias mulheres, em casa.

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Diagnóstico da malária é feito em minutos. [Imagem: DDG]

6 – Malária pode ser diagnosticada em 1 segundo

A epidemia global de malária totaliza quase 200 milhões de casos por ano, e a doença coloca em risco 3,3 bilhões de pessoas no mundo.

A detecção precoce é crucial, e uma caixa portátil pode ser uma importante arma nesse aspecto. Trata-se do aparelho Avaliação Rápida da Malária, ou RAM (Rapid Assessment of Malaria), desenvolvido em 2014 pela empresaDisease Diagnostic Group.

O equipamento usa campos magnéticos e luz para detectar parasitas da malária – método mais simples do que aqueles que se baseiam em reagentes sensíveis à temperatura e também mais rápido, já que a análise de uma amostra de sangue pode levar um ou dois segundos.

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Pessoas com um treinamento mínimo podem fazer os exames dos olhos. [Imagem: Forus Health]

7- Um check-up da visão sem a necessidade de especialistas

A maioria das 300 milhões de pessoas cegas ou que sofrem de perda significativa de visão vivem em países de baixa renda, sobretudo na Ásia. E a incidência desses problemas tende a crescer, ante o envelhecimento da população global.

Por isso, especialistas acreditam que é crucial ampliar o acesso ao diagnóstico e torná-lo mais portátil.

Um aparelho identifica sinais precoces de problemas oculares, mas com novidades em relação a equipamentos semelhantes: ele é fácil de ser transportado e pode ser operado por um técnico com treinamento mínimo, que deve, então, arquivar os resultados dos exames para que eles sejam analisados remotamente, via internet, por um oftalmologista.

8 – Detector avalia risco de pré-eclâmpsia

Uma em cada 20 mulheres sofre de pré-eclâmpsia, condição associada ao aumento extremo da pressão sanguínea em uma etapa da gravidez, colocando a mãe sob risco de convulsões. E muitas mães só são diagnosticadas quando é tarde demais.

Ao custo de US$ 20, o Alerta de Sinais Vitais Microlife é um aparelho portátil que calcula o risco da paciente de entrar em choque e alertar caso ela precise de tratamento urgente. O equipamento está sendo testado em sete países africanos e asiáticos.

 

Fonte: diariodasaude.com

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