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Sexualidade na Velhice: novas formas de relacionamento

Há urgência em se falar sobre sexualidade numa sociedade que envelhece e que a cada dia sente necessidade de companhia, carinho e afeto.


Tenho 75 anos, sou viúva há dez, e fui feliz com meu marido durante 30 anos. Atualmente, tenho um namorado de 80, solteiro. Nos conhecemos nos eventos do clube que somos sócios e estamos namorando há 2 anos. Tenho apenas um filho casado com 2 netos que moram em Miami. Devido a distância tenho contato com minha família geralmente na época do Natal e nas férias, quando eles vêm ao Brasil. Eu o apresento para minha família como um amigo do clube, pois temo pelo preconceito de meus familiares.

Compreendendo a velhice e o envelhecimento como realidades heterogêneas, não podemos afirmar que todos os idosos são iguais, nem mesmo em relação ao sexo. A importância e o interesse pelo sexo na velhice são um reflexo de toda uma vida e de toda a estória de cada pessoa (Butler,1985).

Uma visão limitada em relação à sexualidade e à velhice classifica esta fase da vida como um período de assexualidade e de renúncias. No entanto, vários estudos sugerem que uma parte considerável dos idosos tem vida sexual, malgrado possam enfrentar dificuldades físicas, sociais e psicológicas (Wang et al.,2015).

Na atualidade, no Brasil, existe urgência em se falar sobre sexualidade numa sociedade que envelhece e que a cada dia sente necessidade de companhia, carinho e afeto. Em nosso país ainda há muita resistência a esse tema em pleno século XXI, pois ainda existe tamanha diversidade e preconceitos que inibem e escondem as novas relações amorosas e o recasamento na velhice (Falcão, 2015).

Nos meus atendimentos em psicogerontologia com adultos e idosos esclareço a importância dos relacionamentos afetivos e os de amizade, não só de companheirismo, mas de relações afetivas e íntimas, pois vários estudos comprovam que a qualidade dos relacionamentos influi de forma positiva no envelhecimento.

As construções de relações amorosas e sexuais se apresentam de forma mais democráticas e flexíveis, apesar da sociedade ainda demonstrar preconceito e dificuldades em aceitar que as pessoas idosas se relacionem sexualmente com seus pares românticos.

A minha participação como apresentadora de uma mesa sobre “Amor e Sexo na Terceira Idade” no 11º Congresso Paulista de Geriatria e Gerontologia, nesse mês de abril em São Paulo, evidenciou-me o grande interesse de geriatras e gerontólogos sobre esse tema tão importante e significativo para uma velhice prazerosa.

O amor é uma fonte de vínculos entre humanos e, na velhice, gostar e amar alguém faz toda a diferença!!!

Fonte:Eliana Novaes Procopio de Araujo/portaldoenvelhecimento

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